Da Redação - Vanessa Alves
(Foto: GCom MT)
O calendário da vacinação da febre aftosa terá mudanças em 2017 em Mato Grosso. Na primeira etapa, no período de 1ª a 31 de maio, será obrigatória a imunização de todos os bovinos e bubalinos de todas as idades, de mamando a caducando, com exceção para os animais de propriedade localizados no baixo pantanal mato-grossense.
Já na segunda etapa, de 1º a 30 de novembro, a vacinação será obrigatória para bovinos e bubalinos de 0 a 24 meses de idade, exceto aqueles pertencentes à propriedades localizadas no Baixo Pantanal mato-grossense. Nesta região a vacinação deve ser realizada em todas as idades no período de 1º de novembro a15 de dezembro de cada ano e revacinados quando forem movimentados para outras propriedades, se a data da última vacinação for superior a 6 meses.
A inversão das etapas era uma demanda antiga do setor pecuário, uma vez que no período de novembro, em que eram realizadas a vacinação de todos os bovinos e bubalinos, os produtores enfrentavam dificuldades no manejo do rebanho pelo aumento da incidência de chuva, e ainda por ser período de reprodução. A dificuldade no manejo também acarretavam em perdas econômicas para os produtores. O setor estima uma economia de R$ 120 milhões ao ano com a mudança.
Um protocolo instituindo a alteração do calendário de vacinação foi assinado entre o governador Pedro Taques e o ministro da Agricultura Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, em agosto deste ano. A Portaria Conjunta nº 27/2016da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), foi publicada no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso, em 16 de agosto de 2016.
Sem aftosa há 20 anos
O estado está há 20 anos livre da doença com vacinação, status reconhecido internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Mato Grosso tem o maior rebanho bovino comercial do Brasil, com 29,3 milhões de cabeças, e é também o segundo maior exportador de carne do país.
De acordo com o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, a inversão das etapas não implica em prejuízo na cobertura vacinal do rebanho mato-grossense. “Uma intensa campanha de divulgação será realizada informando e massificando a mudança das etapas. Teremos como em todos os anos o amplo apoio do Fundo Emergencial de Saúde Animal (Fesa-MT) nessa atividade para que para que o Estado continue mantendo o status sanitário de livre da aftosa”, apontou Nolasco.
Em 2015, Mato Groso exportou 298 mil toneladas de carne bovina. União Europeia, Oriente Médio e a China são os maiores compradores da carne mato-grossense. O estado deverá ser o responsável por 25% das exportações de carne bovina do Brasil para os Estados Unidos, mercado aberto neste ano após negociações bilaterais. ( Com informações Sedec MT)
(Foto: Indea MT)
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) iniciou, em agosto deste ano, as ações para o primeiro inquérito soro epidemiológico para influenza aviária e doença de Newcastle, em Mato Grosso. A análise envolve aves domésticas de subsistência de propriedades localizadas ao redor de 10 km dos sítios de invernada nos municípios de Cáceres e Araguaiana.
O inquérito soro epidemiológico foi dividido em duas etapas, sendo a primeira voltada para o cadastramento e atualização cadastral de todas as propriedades e espécies de aves domésticas. Foi aplicado questionário de investigação epidemiológica para reconhecimento dos estabelecimentos de maior risco na área de 10 km ao redor dos sítios de invernada de aves migratórias.
Já a segunda etapa consiste na colheita de amostras de material das aves (sangue, suabes de traqueia e cloaca de cada ave). A expectativa é que sejam colhidas 3.825 amostras de diversas espécies de aves, entre galinhas, codornas, perus, patos, marrecos e gansos. O material coletado será enviado para análise no Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em São Paulo.
Em Araguaiana, foram coletadas mais de 250 amostras. Em Cáceres, 102 propriedades já tiveram os dados atualizados, e quatro equipes do Indea finalizam esta semana a amostragem. A colheita de material das aves foi executada em 53 propriedades identificadas como de maior risco.
Em 2008, o Indea realizou a atividade de reconhecimento dos sítios de invernadas de aves migratórias, percorrendo os Rios Cuiabá, São Lourenço, Guaporé, Araguaia, Teles Pires e Juruena. Foram identificadas 50 praias com presença de aves migratórias (Charadriiformes e Anseriformes) cujos resultados laboratoriais foram negativos para influenza aviária.
As regiões dos rios Araguaia e Paraguai são consideradas estratégicas para a prevenção e monitoramento das aves. Nos dois sítios selecionados foram cadastradas as maiores quantidades de aves silvestres aquáticas, com 2.017 no rio Araguaia e 430 no rio Paraguai.
Alerta e migração
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) emitiu na última semana um alerta sanitário, por tempo indeterminado, para intensificar as ações de defesa destinadas a prevenir a entrada da gripe aviária no país, uma vez que, a doença é considera uma ameaça permanente no mundo. Por ser livre da gripe aviária, o Brasil precisa redobrar seus esforços para proteger a sanidade de seus planteis de aves.
Periodicamente, o Brasil é visitado por milhares de aves silvestres que migram do Hemisfério Norte para o Hemisfério Sul. Dentre as aves que visitam o território brasileiro, destacam-se aquelas que migram com a proximidade do inverno. As aves migrantes vêm ao Brasil à procura de locais de invernada, em busca de alimento.
De acordo com o Mapa, o território brasileiro tem 20 sítios de monitoramento da entrada de aves migratórias, com vigilância ativa para influenza aviária e doença de Newcastle em aves domésticas residentes ao redor de 10 km desses locais. Nesses lugares também há vigilância passiva para as aves migratórias/silvestres.
Pelo menos 197 espécies de aves podem migrar. Desse total, 53% (104 espécies) se reproduzem no Brasil e 47% (93 espécies) têm sítios de reprodução em outros países. Para o Brasil migram espécies oriundas do Hemisfério Norte (Estados Unidos, Canadá e México), e países da América Central, bem como também do sul do continente (Argentina, Chile e Uruguai), e até mesmo da Antártida.
(Fonte: Sedec MT)
(Foto: Divulgação/GCom MT)
Os produtores rurais tem até o próximo dia 12 de dezembro para comunicar ao Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea MT) sobre a imunização do rebanho bovino e bubalino contra a febre aftosa. O comunicado deve ser entregue nos escritórios do instituto, e para as propriedades localizadas na região do baixo Pantanal têm até 15 para fazer a comunicação.
De acordo com o Indea, na segunda etapa anual de vacinação contra febre aftosa, que ocorreu entre o dia 1º a 30 de novembro, é obrigatória a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino, de mamando a caducando, e a previsão era imunizar 29,3 milhões de cabeças em todo o estado.
Para dar mais agilidade ao processo, o instituto está realizando o registro da comunicação online, em propriedades localizadas em assentamentos e comunidades rurais. O trabalho é realizado em 36 municípios. A intenção é facilitar a vida do pequeno produtor, que muitas vezes tem dificuldade para se deslocar até uma unidade do Indea.
Na comunicação da vacinação, o produtor precisa apresentar a nota fiscal da compra das vacinas e a relação dos animais imunizados. O produtor que atrasar a comunicação fica impossibilitado de emitir a Guia de Trânsito Animal (GTA) por um período mínimo de 30 dias. A multa para quem deixou de vacinar o rebanho dentro do período da campanha é de 2,25 em UPF (Unidade Padrão de Fiscal) por cabeça de gado não vacinado.
(Foto: Reprodução)
O Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea) notificou foco de raiva em bovinos em uma propriedade rural no município de Colíder (634 km de Cuiabá). O caso foi detectado no dia 13 de outubro deste ano, após resultado positivo de material coletado para exame de um bovino. O exame foi realizado pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Um animal morreu e outros dois, com resultado positivo para a doença, foram sacrificados.
Segundo o Indea, o instituto realizou o atendimento à propriedade após a notificação, onde não foi detectado mais nenhum animal doente. O proprietário foi notificado a vacinar todo o rebanho bovino contra raiva. A Vigilância Sanitária do município também foi informada para acompanhar as pessoas que vivem e trabalham na propriedade e realizar a vacinação dos animais domésticos (cães e gatos). O Instituto irá acompanhar a propriedade.
Em torno de 170 propriedades localizadas num raio de 12 quilômetros do local onde houve o caso de raiva receberam a visita de técnicos do Indea e não identificados novos focos de raiva na região. Os proprietários foram notificados a vacinar o rebanho bovino contra a raiva. Todas as propriedades já realizaram a primeira dose da vacina e outras estão administrando a segunda dose.
“Ao todo, no ano de 2016, já foram notificados 31 focos de raiva em Mato Grosso. No ano de 2015 foram registrados 42 focos”. Ocorre em várias regiões de Mato Grosso, causando prejuízos para a pecuária”, explicou a diretora técnica do Indea, Daniela Soares.
Raiva herbívora
A doença atinge todos os mamíferos e animais silvestres. O principal transmissor da raiva é o morcego hematófago, que transmite o vírus pela saliva ao alimentar-se do sangue dos animais.
Para identificar a ação dos morcegos é preciso estar atento aos sinais de sugaduras nos animais. Os morcegos costumam agir mais de uma vez no mesmo animal e local onde atacaram.
O fiscal do Indea, Ernani Machado, explica que o bovino não transmite a doença para o homem. “O boi não morde. Ele desenvolve a doença e morre. No entanto, o contato da saliva do animal, seja cão ou gato ou mesmo do boi, com a pele ferida de uma pessoa contamina. Por isso é necessário todo cuidado e qualquer manipulação de medicamentos, inclusive, deve ser feito com luvas. Uma mordida do cão com a doença também afeta o homem e não tem cura, leva a óbito”.
O vírus da raiva herbívora não afeta todas as espécies de morcegos, somente a dos hematófagos. Eles só procriam uma vez ao ano, portanto, não se disseminam com tanta rapidez, o que torna possível o controle da doença.
Orientações
O animal contaminado apresenta sintomas como apatia, isolamento do restante do rebanho, agressividade, andar cambaleante, dificuldade para engolir líquidos, paralisia dos membros, e outros.
O controle da raiva dos herbívoros se dá com a vacinação preventiva do rebanho. O Indea realiza o controle populacional do morcego hematófago, com a captura dos morcegos nas propriedades.
O Indea alerta para que os produtores comuniquem a vacinação do rebanho bovino contra raiva, nos escritórios do Instituto, e em casos de suspeita, recomenda-se isolar o animal do restante do rebanho, nunca manipular o animal, comunicar a suspeita ao serviço sanitário oficial e procurar a Secretaria Municipal de Saúde. (Com informações Sedec)
As vacinas produzidas no Brasil para proteger o rebanho contra a febre aftosa são trivalentes, contendo os vírus “O”, “A” e “C”. Esta composição, no entanto, pode – e deve – ser revista. O Grupo ad hoc de Febre Aftosa, que reúne pesquisadores da OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) e é responsável pela avaliação do status sanitário dos países integrantes do organismo internacional, sugere um movimento para a retirada do vírus “C” das vacinas. A reivindicação se baseia no fato de que o vírus não é isolado nos rebanhos há mais de dez anos. No Brasil, o último caso envolvendo o vírus “C” foi em 2004, em Manaus. No mundo, o caso mais recente aconteceu no Quênia, em 2005. “A retirada do vírus ‘C’ é uma tendência internacional e temos de segui-la”, defende Sebastião Guedes, presidente do GIEFA – Grupo Interamericano para Erradicação da Febre Aftosa, e vice-presidente do CNPC – Conselho Nacional de Pecuária de Corte.
Segundo Guedes, a medida traria benefícios para toda a cadeia. “Diminuiria os custos de produção para a indústria, pois eliminaria uma monovalente nas etapas da fabricação”, afirma. Quando uma vacina tem mais de um vírus em sua composição, os processos de fabricação são separados. Significa dizer que cada componente monovalente é produzido de modo separado na indústria, para depois serem adicionados juntos num mesmo frasco. Outra vantagem seria a “continentalização” da vacina, ou seja, o produto utilizado no Brasil poderia vir de outro país fabricante. “Melhoraria muito a competitividade do setor. O aumento da concorrência seria benéfico, pois poderia refletir em preços menores da dose da vacina para o produtor”, diz Guedes.
Vacina mais compacta
Outro tema que precisa entrar na pauta é a possibilidade de o Brasil produzir uma vacina contra aftosa mais “compacta”, contendo volume menor por dose. “Ao invés de 5 ml, podemos reduzir para 2 mL, como é feito na Argentina, por exemplo, sem qualquer prejuízo para a imunidade induzida no animal”, afirma Guedes. A medida reduziria os custos de produção e ajudaria a mitigar um problema com o qual o produtor tem se deparado cada vez mais nos últimos anos: a reação local.
Além de desagradar criadores de gado de elite, obrigados a expor seus animais com aparência desagradável, os nódulos decorrentes das reações vacinas provocam prejuízos. Estudos mostram que as perdas atingem, em média, 2 kg de peso morto de músculo na área afetada, que deve ser retirada da carcaça no momento do toalete. “Insistimos na sugestão que fazemos para que o Ministério da Agricultura aprofunde o controle de qualidade da tolerância local das nossas vacinas contra aftosa”, diz Guedes.
O Comitê Internacional Misto Brasil Bolívia (CIMBB) recebeu 105 mil doses de vacinas contra febre aftosa para entregue pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT). A ação ocorreu no município de Cáceres ( 175 km de Cuiabá), na ultima terça-feira (08). As vacinas foram doadas pelo Fundo Emergencial de Saúde Animal de Mato Grosso (Fesa-MT), para uma atenção maior na região de fronteira.
Das 105 mil doses da vacina, 80 mil serão destinadas para San Matias (divisa com Cáceres e Porto Espiridião), e 25 mil doses da vacina para o município de San Ignácio de Velasco, que faz divisa com Vila Bela da Santíssima Trindade. As vacinas são distribuídas à pequenos e médios produtores bolivianos.
Segundo o presidente do Indea, Guilherme Nolasco, a cooperação com o país vizinho é essencial para a manutenção do status sanitário. “Temos uma extensão de fronteira seca com a Bolívia, com propriedades limítrofes, e o nosso objetivo é manter a sanidade do rebanho. Mato Grosso está livre da febre aftosa há 20 anos, e esse trabalho de cooperação é uma garantia de que estamos protegendo o rebanho bovino brasileiro”.
Os CIMBBs são formados pelo Indea e Sindicados Rurais dos municípios mato-grossenses da fronteira, pelo Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária e Inocuidade Alimentar da Bolívia (Senasag), Associação de Ganaderos de San Matias, Associação de Ganaderos de San Ignácio de Velasco (Agasiv) e Comitês Cívicos (representação dos indígenas).
Mato Grosso
Vinte e duas equipes do Indea irão acompanhar a vacinação em aproximadamente 800 propriedades localizadas em Cáceres, Pontes e Lacerda, Porto Espiridião e Vila Bela da Santíssima Trindade, municípios na região de fronteira com a Bolívia. Nesses municípios ainda será realizado o trabalho de educação sanitária em escolas rurais, com palestras que abordarão assuntos referente à sanidade animal e vegetal.
Nesta etapa da campanha em Mato Grosso é obrigatória a vacinação de todo o rebanho bovino e bubalino, de mamando a caducando. Estima-se que 29,3 milhões de animais sejam vacinados. A comunicação da imunização do rebanho pode ser feita até 12 de dezembro nos escritórios locais do Indea. A única exceção é para as propriedades localizadas no baixo pantanal, que tem até 15 de dezembro para fazer a comunicação.
A multa para quem deixar de vacinar o rebanho dentro do período da campanha é de 2,25 UPF (Unidade Padrão de Fiscal) por cabeça de gado não vacinado. O produtor que atrasar a comunicação fica impossibilitado de emitir Guia de Trânsito Animal (GTA) por um período mínimo de 30 dias.
(Com informações Sedec MT)
De acordo com os dados da pesquisa coordenada pela embrapa Meio Ambiente e elaborada pelo Kleffmann Group, ocorreram consideráveis incrementos na adoção de sistemas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) no Brasil nos últimos anos. Entre os pecuaristas, apenas nos últimos cinco anos, o aumento foi de 10%. Entre os produtores de grãos o crescimento tem sido de 1% a cada cinco anos.
Os resultados mostram um alto nível de adoção tecnológica com consequentes benefícios associados à melhoria da eficiência dos sistemas produtivos e de sua capacidade adaptativa aos possíveis efeitos negativos da mudança do clima. Por meio da pesquisa é possível diagnosticar a adesão dos produtores rurais brasileiros à intensificação produtiva sustentável com sistemas agrícolas integrados.
O avanço significa o incremento da capacidade adaptativa dos sistemas produtivos diante dos desafios impostos pela mudança do clima, além de potencializar ganhos biológicos e econômicos decorrentes do aumento da eficiência dos sistemas produtivos. Todo este esforço contribui para o cumprimento das metas assumidas de forma voluntária pelo Brasil perante a Organização das Nações Unidas (ONU) na COP-15 e revisadas em Paris na COP-21.
O compromisso brasileiro é de diminuir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) de 36,1% a 38,9% até 2020, tendo como base as emissões de 2005. O acordo foi incorporado na Política Nacional sobre Mudanças no Clima (Lei nº 12.187/2009), por meio dos Planos Setoriais de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas.
No setor agropecuário, os compromissos foram estabelecidos pelo “Plano Setorial de Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura”, também denominado Plano ABC.
Fonte: CNA
CNA
Os custos de produção da avicultura e da suinocultura continuam apresentando patamares elevados, em 2016, devido aos gastos do produtor com energia elétrica, combustíveis, milho e farelo de soja, insumos utilizados em larga escala pelos criadores de frangos e suínos. Em várias regiões do país, os criadores reduziram o total de alojamentos dos animais devido à disponibilidade reduzida de grãos, reforçada pela quebra de safra nos principais estados produtores.
O diagnóstico foi apresentado pelo engenheiro agrônomo da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Marcos Debatin Iguma, no encerramento do 2º Seminário Nacional do Campo Futuro, cujos debates ocorreram ao longo desta quarta-feira (26) no auditório da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
Investimentos - Diante desse cenário, segundo levantamento feito pelos técnicos do projeto Campo Futuro, avicultores e suinocultores estão enfrentando dificuldades para fazer novos investimentos em seus projetos. Essa situação acontece porque, na maioria das regiões analisadas, o produtor só está conseguindo cobrir o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do dia a dia da produção.
Um dado relevante a ser considerado, no caso da suinocultura, segundo explica Marcos Iguma, é que o aumento dos preços do milho e do farelo de soja afeta mais os 40% de produtores independentes. No caso dos criadores integrados (parceria com a indústria), esse custo é absorvido pela empresa.
Aquicultura - No debate anterior, relativo à situação do setor pesqueiro do país, a pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura, Andrea Elena Pizarro Muñoz, no painel sobre Aquicultura, fez relato resumido sobre as peculiaridades existentes nos diferentes polos aquícolas do país. Segundo ela, “percebe-se equilíbrio entre os custos quando há emprego de mão de obra contratada, nos casos de empreendimentos com maior receita bruta anual”.
Situação diversa ocorre nas propriedades onde é utilizada mão de obra familiar, diz a pesquisadora. Nesse ambiente, “tais projetos apresentam menor receita bruta por ano, embora o rendimento obtido acabe sendo indispensável e estratégico na composição da renda familiar”, assinala.
Outra questão importante, de acordo com o estudo do “Campo Futuro”, é a dificuldade quanto à legalização dos empreendimentos aquícolas, devido a trâmites burocráticos, um dos temas recorrentes nos painéis realizados ao longo de 2016 pela CNA/Cepea.
Em 2017, a CNA vai comemorar os 10 anos de existência do projeto “Campo Futuro” com uma programação especial. A pauta prioritária, ainda em elaboração, será para a realização de estudos sobre questões estratégicas como seguro rural, crédito agrícola e novas tecnologias, além do trabalho já consolidado pelos pesquisadores do Cepea/USP/Esalq.
Assessoria GCom
O Governo de Mato Grosso prepara o lançamento do Programa Pró-Leite, ação que busca fomentar a cadeia do leite no Estado, com foco especial em gerar renda aos pequenos produtores. O Gabinete de Desenvolvimento Regional (GDR) realizou um levantamento dos polos produtores e começará uma ação estratégica de fomento à produção.
“Dividimos o Estado em seis polos, onde está concentrada 100% da produção, com as cooperativas pequenas, médias e grandes empresas de laticínios. Fizemos um diagnóstico, separando a cada cinco ou dez municípios, onde o Governo vai desenvolver o trabalho melhorando a genética do rebanho, assistência técnica, desenvolvimento de pastagem e outras diretrizes”, explicou o secretário do GDR, Antonio Carlos Figueiredo Paz.
O Pró-Leite deve ser lançado até o final do mês de novembro e contará com parceria entre o Gabinete de Desenvolvimento Regional, Secretaria de Agricultura Familiar e Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
“Vamos encontrar quais são as dificuldades, onde está o gargalo que segura a produção do leite, melhorando a qualidade dos laticínios e fortalecendo a cadeia do leite. Também vamos chamar a UFMT, Unemat, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e sindicatos rurais para nos ajudar, assim como as cooperativas e produtores”, explicou Antonio Carlos.
Para o secretário, fomentar a cadeia do leite iniciará um ciclo que ajudará no reequilíbrio econômico do Estado. “Estamos hoje em nono lugar no hanking nacional e objetivamos chegar a, pelo menos no sexto, até 2018. Se o pequeno produtor passar a produzir mais, isso reflete na arrecadação do Estado, melhora o IDH do município, além de gerar renda para as famílias. É um ciclo.”
A união dos principais países produtores de carne bovina é necessária para que haja um alinhamento da categoria. Tal ponto foi uma das colocações do presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, durante a conferência anual da Aliança Internacional da Carne Bovina (International Beef Alliance – IBA), em Taupo, na Nova Zelândia. A associação mato-grossense é representante do Brasil na Aliança que discute assuntos como a produção de carne sustentável, além da liberação do comércio e o desenvolvimento de lideranças.
A IBA é formada por presidentes e CEO's das principais entidades representativas dos produtores de carne bovina da Austrália, Brasil, Canadá, México, Nova Zelândia, Paraguai e Estados Unidos. Em julho, representantes de cada país estiveram em Mato Grosso, como o Agro Olhar já havia comentado, para conhecer de perto como funciona o sistema pecuário bovino do estado.
As sete nações que formam a Aliança Internacional da Carne Bovina (International Beef Alliance – IBA) representam hoje 46% da produção mundial e 63% das exportações de carne bovina.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), José João Bernardes, pontua que “Imaginamos que todos temos um único negócio – a produção de carne bovina, e que o nos une sempre é mais importante que o que nos separa. As conquistas dependem desse alinhamento".
Ainda conforme Bernardes, "Na condição de produtores e maiores comercializadores de carne do mundo, é importantíssimo que alavanquemos o processo de crescimento e nos debrucemos sobre ações em conjunto que possam manter a sustentabilidade e longevidade desse negócio”.
O Brasil conta hoje com o maior rebanho comercial do mundo com 209,13 milhões de cabeças distribuídas 167,7 milhões de hectares de área de pastagens. Ao ano mais de 39 milhões de cabeças são abatidas. A produção total de carne bovina para consumo soma 9,6 milhões de toneladas, das quais 18,6% são exportadas para mais de 100 países, como Venezuela e Rússia, enquanto os demais 81,4% atendem ao mercado interno.
Somente Mato Grosso produz em torno de 29,5 milhões de cabeças de gado em aproximadamente 25 milhões de hectares de pastagem. O estado é detentor do maior rebanho nacional comercial e abate em média 5 milhões de cabeças ao ano.
De acordo com o superintendente da Acrimat, Francisco Manzi, esse é o primeiro ano em que o Brasil participa da conferência anual da IBA como membro efetivo. O Brasil até 2015, na reunião que ocorreu no México, participava apenas como membro observado, vindo a ter sua inclusão oficializada durante tal encontro. "Esse ano pudemos receber os CEO’s em Cuiabá, apresentar nossa estrutura de produção, sanidade animal e comercialização. O próximo passo é integrar também as demandas brasileiras a agenda da Aliança, como é o caso do impacto dos estudos sobre consumo de carne, circulação de materiais genéticos, entre outros”.
O anfitrião do evento e presidente da Beef + Lamb New Zealand, James Parsons, afirma que discutir e traçar estratégias para reforçar os processos de produção e consumo da cadeia mundial carne bovina é o foco da Aliança.
Visita em Mato Grosso
No dia 18 de julho deste ano um grupo de representantes de cada país que compõe a IBA realizaram uma visita técnica a uma propriedade em Santo Antônio do Leverger. Na ocasião o grupo de representantes internacionais conheceram de perto a produção estadual no modelo de semiconfinamento a pasto, com uso proteinado, e a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Entre os pontos da pecuária brasileira que chamaram a atenção dos representantes das entidades internacionais está o fato de 90% da criação de gado ser à pasto (nos Estados Unidos, por exemplo, é 97% da criação em confinamento), além da diversidade de raças e o sistema de integração com a floresta.
O desembolso realizado pelo Programa ABC aos produtores rurais entre 2015 e 2016 atingiu 68% do valor disponibilizado pelo Governo Federal, cerca de R$ 2,05 bilhões, mudando o cenário das contratações para projetos de agricultura de baixo carbono. Mato Grosso contratou R$ 248 milhões e ficou entre os três estados que mais contrataram recursos do Programa ABC, junto com Goiás (R$ 366 milhões) em primeiro lugar e Minas Gerais (R$ 273 milhões) em segundo. São Paulo que sempre figurou na terceira colocação, nessa safra ficou em quarto lugar.
Os números integram um levantamento do Observatório do Plano ABC, do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas. Embora o ranking tenham tido alterações, e positivas no que se refere a Mato Grosso, os recursos contratados do Programa ABC sofreram reflexos da atual conjuntura econômica brasileira. Foram destinados R$ 3 bilhões para a safra 2015/2016, sendo 33% a menos que o período anterior, que contou com R$ 4,5 bilhões. Já o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) aumentou em 20% a oferta de recursos para o setor agropecuário brasileiro, disponibilizando R$ 187,7 bilhões.
Conscientização e estímulo
Para esclarecer os objetivos do Plano ABC e ampliar o número de projetos, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico realizou neste ano ações em diversos municípios. “Contamos com parcerias com os sindicatos rurais e desenvolvemos uma programação de workshop para conscientização dos produtores em 17 cidades, atingindo um público de 640 pessoas. Na sequência foram realizadas as capacitações e visitas técnicas em cinco polos. Um trabalho que, sem dúvida, foi significativo para o setor”, frisou o secretário adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon, ao explicar que o foco dos workshops era para conscientizar os produtores rurais sobre a oferta do financiamento e da necessidade dos técnicos e projetistas serem capacitados.
Após a conscientização, 318 profissionais foram capacitados e participaram de dia de campo. “Muitos dos produtores rurais que participaram dos workshops não sabiam da existência da linha de crédito. E identificamos na capacitação que os projetistas tinham dúvidas quanto à elaboração e o formato do projeto”, explicou a superintende de Cadeias Produtivas da Sedec, Andressa Ribeiro.
As ações foram promovidas nos municípios de: Campo Verde, Primavera do Leste, Alto Garças, Barra do Garças, Água Boa, Confresa, Lucas do Rio Verde, Sorriso, Alta Floresta, Juara, Juína, Tangará da Serra, Cáceres, Poconé, Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Jaciara (capacitações). E Rondonópolis, Nova Xavantina, Sinop, Campo Novo do Parecis e Cuiabá, as capacitações.
Todo o trabalho foi possível por meio de convênio com o Ministério da Agricultura (Mapa) e parceiros como a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar e Assuntos Fundiários (Seaf), Banco do Brasil, Aprosoja, Acrimat, Acrismat, Associação de Reflorestadores de Mato Grosso (Arefloresta), Famato, Embrapa, Sindicatos Rurais e prefeituras dos respectivos municípios.
Os recursos podem ser utilizados para diversos investimentos, como aquisição de insumos, sementes e mudas para formação de pastagens e de florestas; aquisição de bovinos, ovinos e caprinos, para reprodução, recria e terminação, e sêmen dessas espécies; serviços de agricultura de precisão, desde o planejamento inicial da amostragem de solo à geração dos mapas de aplicação de fertilizantes e corretivos, entre outros.
A Fazenda 3M, localizada em Poconé, implantou a Integração Lavoura-Pecuária (ILP) na safra 2014/2015 em uma área de 1.500 hectares. O administrador da propriedade, Raul Santos Costa Neto, aproveitou uma das capacitações para entender melhor como funciona a elaboração do projeto técnico. “Até agora investimos com recursos próprios, mas temos a intenção de buscar crédito para financiar o nosso sistema e para isso é importante entender bem como funciona”.
Crédito
O Programa ABC é a principal linha de crédito para o financiamento da agricultura de baixa emissão de carbono. E nesse contexto, o Banco do Brasil continua sendo um importante agente financeiro do Programa ABC, mas optou nessa última safra trabalhar em conjunto com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no repasse dos recursos.
Com isso o BNDES tornou-se, pela primeira vez, o maior desembolsador de recursos do por meio de repasses a outros bancos, aumentando sua participação de 11,7% (safra 2014/2015) para 58,8% (safra 2015/2016).
A região Norte do Brasil também realizou o processo de divulgação e capacitação técnica conforme previsto no Programa ABC e colheu bons resultados. Destacou-se nacionalmente como a única a aumentar a contratação em relação ao período anterior, crescendo sua participação no Programa ABC de 9,6% para 17,4%.
São ofertadas linhas de financiamento para Sistema de Plantio Direto (SPD), Florestas Plantadas, Tratamentos de Dejetos de Animais, Recuperação de Pastagens Degradadas, Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistemas Agroflorestais (SAFs).
O produtor rural que tiver interesse em conseguir o recurso deve apresentar um projeto técnico mostrando como será desenvolvido ações na propriedade para reduzir as emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE).
Fonte; Sedec MT
Scot Consultoria
Após as valorizações da arroba nos últimos dias, a oferta de bovinos terminados apresentou ligeiro aumento, fazendo com que melhorasse o ritmo do mercado.
Com as vendas de carne lentas, diminuiu a necessidade de compra das indústrias, gerando poucas alterações de preços.
Além disso, as escalas dos frigoríficos estão atendendo a demanda com certa facilidade, o que colabora com o cenário de manutenção das cotações.
Embora o efeito da proximidade do início do mês ainda não tenha ocorrido devido à situação econômica do país, que inibe o consumo, é esperado que a reposição de estoque do varejo ocorra nos próximos dias.
Assim, os preços da carne bovina devem permanecer nesses patamares e não está descartada a possibilidade de valorizações.
Embrapa Pecuária Sul
Pesquisadores no Rio Grande do Sul analisaram mais de três mil animais das raças Hereford e Bradford com o objetivo de identificar os indivíduos com características genéticas que os tornam menos suscetíveis ao carrapato.
Realizada pela Embrapa em parceria com a associação de produtores Conexão Delta G e a empresa GenSys, e com o apoio da Associação Brasileira de Hereford e Braford, o trabalho utilizou ferramentas modernas como a seleção genômica, que utiliza informações de milhares de marcadores moleculares para identificar animais mais resistentes ao ectoparasita. A pesquisa possibilita também, através dos marcadores, prever a transmissão de genes associados ao mecanismo de resistência que, a partir de uma equação, pode ser aplicada na seleção de animais das mesmas raças.
Liderado pelo pesquisador da Embrapa Pecuária Sul (RS) Fernando Flores Cardoso, o trabalho resultou na elaboração e publicação de um sumário com indicação dos touros analisados mais resistentes ao carrapato, documento que pode ser considerado como o primeiro do mundo nessa área. Segundo Cardoso, para a realização do trabalho, os touros passaram por genotipagem de marcadores moleculares do tipo Simple Nucleotide Polymorphism (SNP), por meio de painéis de alta densidade. Os SNPs podem estar associados a um polimorfismo do gene relacionado a características de difícil mensuração. Paralelamente à genotipagem, foram realizadas até três contagens de carrapatos nos animais. Os dados, juntamente com informações de pedigree, resultaram na atribuição de valores genômicos, em forma de DEPG (Diferença Esperada na Progênie aprimorada pela Genômica) para resistência ao carrapato. Esse indicador prediz com maior precisão a habilidade de transmissão genética de cada animal, conforme a característica buscada.
Além da publicação do sumário, a pesquisa gerou outro resultado importante: a elaboração de uma equação que pode ser aplicada em outros animais das mesmas raças que foram inicialmente avaliadas. A equação de predição de valores genéticos é uma ferramenta que possibilita a identificação de animais geneticamente mais resistentes sem a necessidade de coletar informações sobre contagem de carrapato, ou seja, o fenótipo, ajudando os produtores a selecionar touros reprodutores que tenham mais resistência ao parasita, possibilitando a formação de linhagens menos suscetíveis ao carrapato. "Essa equação em breve estará disponível para os produtores. A Embrapa está estudando modelos de negócio para disponibilizar no mercado, e será mais uma ferramenta que o pecuarista terá para melhorar seu rebanho", ressalta Fernando Cardoso.
Depois de encerrado esse primeiro trabalho, pesquisadores da área de melhoramento animal e sanidade iniciaram um novo projeto, o Sanigene. A pesquisa, além de dar continuidade à seleção para diminuir a suscetibilidade dos animais ao carrapato, está aplicando a seleção genômica para avaliar animais resistentes a outros problemas de sanidade que afetam os bovinos. O projeto busca, por exemplo, mecanismos de resistência e desenvolve testes genômicos para selecionar bovinos de raças taurinas puras e cruzadas com zebuínos mais resistentes à tristeza parasitária bovina (TPB), cujos agentes transmissores são passados aos animais pelo carrapato, à ceratoconjuntivite e ao carcinoma ocular.
"São doenças que causam muitas perdas econômicas para os produtores, especialmente quem cria raças taurinas. Mantendo linhagens mais resistentes a esses problemas, é possível aumentar a rentabilidade da pecuária e diminuir a presença de resíduos químicos na carne com a diminuição no uso de medicamentos", explica Cardoso. Além das raças Hereford e Braford, o projeto também está avaliando animais angus e brangus e conta com a parceria das associações de criadores dessas raças.
Vantagens da seleção genômica
A utilização da genômica para o melhoramento animal é voltada principalmente para características econômicas de baixa herdabilidade. De acordo com a pesquisadora da Embrapa Bruna Sollero, as ferramentas tradicionais são eficazes para melhorar aspectos mais facilmente transmitidos pelos pais para seus descendentes. "Características como maior ganho de peso, precocidade e crescimento, entre outras, podem ser buscadas com informações disponíveis, como parentesco e avaliações de fenótipos, o que é observado no reprodutor", diz. Por outro lado, a biologia molecular permite atingir ganhos relacionados a questões que não são facilmente identificadas e, por isso, apesar de alta importância produtiva e econômica, não tem sido melhorada através dos processos tradicionais de melhoramento.
Segundo Fernando Cardoso, as possibilidades de utilização de marcadores moleculares para o melhoramento são muito grandes, principalmente por ser uma tecnologia relativamente nova. O uso da genômica foi intensificado depois da publicação do sequenciamento genético de bovinos, em 2009. Com isso, a disponibilidade de painéis de SNP aumentou e o preço para a aquisição caiu. Houve também um incremento no número de informações nos painéis, sendo que atualmente existem painéis com mais de um milhão de polimorfismos de base única, que são diferenças encontradas no genoma entre animais e que podem estar relacionadas a determinadas características.
A exemplo da área de sanidade, Cardoso aponta que um dos pontos que estão sendo destacados com a seleção genômica é desenvolver linhagens de animais mais produtivos. Ou seja, aumentar a eficiência alimentar dos animais, que vão precisar de menos comida e menos tempo no ciclo de produção. "Um dos efeitos desse tipo de trabalho é diminuir a emissão de metano pelo uso de animais mais eficientes, dando maior sustentabilidade para a pecuária nacional", lembra o pesquisador. Cardoso acredita que, além de melhorar a renda do produtor, diminuir a emissão de gases que provocam o efeito estufa vai ajudar a melhorar a imagem da atividade, principalmente no exterior.
Outras vantagens na utilização da genômica são a maior rapidez no processo de melhoramento genético e também mais precisão na escolha de reprodutores que vão transmitir a genética desejada. As ferramentas tradicionais de seleção geralmente precisam de duas ou três gerações de animais para surtirem efeito, enquanto essas novas tecnologias podem apresentar resultados bem mais rápidos, encurtando o intervalo entre gerações e tendo maiores avanços em cada uma delas.
Perdas com o carrapato
Estudo coordenado pelo professor da UFRRJ Laerte Grisi, com participação da Embrapa Gado de Corte (MS), apontou que o carrapato causa um prejuízo estimado em 3,24 bilhões de dólares para a pecuária brasileira por ano. Uma das causas dessas perdas é a tristeza parasitária bovina (TPB) que é causada por hemoparasitas transmitidos pelo carrapato. Além disso, o parasita causa perda de peso nos animais, baixa conversão alimentar, redução na produção de leite, perdas na qualidade do couro, toxicoses, lesões de pele que favorecem a ocorrência de miíases e anemia.
No Sul, a incidência da TPB é maior que em outras regiões do País, principalmente em decorrência do clima. Isso ocorre porque em temperaturas muito baixas, como as do Sul, a população de carrapatos diminui consideravelmente nos campos. Isso faz com que se dê uma oportunidade para uma imunização natural dos bovinos. "Sem contato com o carrapato, os bovinos não desenvolvem mecanismos de imunidade contra os agentes que causam a doença. Com isso, aumentam os surtos de TPB nos períodos mais quentes levando à morte vários animais", explica a pesquisadora da Embrapa Claudia Gulias Gomes.
Outro problema apontado pela cientista é o aumento da resistência dos carrapatos aos antiparasitários disponíveis no mercado. Há mais de uma década não é lançado um princípio ativo para o combate aos carrapatos. Por seleção natural, sobrevivem os parasitas que não são afetados pelos medicamentos, criando linhagens resistentes aos produtos disponíveis. "Relatos sobre a resistência têm crescido nos últimos anos e a tendência é que aumente a população de carrapatos não afetados pelos medicamentos existentes", complementa Claudia.
Segunda-feira, 19 de outubro de 2015
Avisite
A forte demanda dos principais países importadores da carne de frango brasileira impediu que a greve dos fiscais agropecuários federais, que durou cerca de 15 dias, tivesse um impacto maior sobre as exportações de carne de frango do Brasil em setembro, avaliou hoje a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), em nota.
“Os volumes embarcados para os principais importadores seguiram positivos, e ajudaram a reduzir os impactos da greve dos fiscais”, afirmou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, em nota. Em setembro, as exportações totais de carne de frango do Brasil caíram 0,5% ante igual mês de 2014, chegando a 366,4 mil toneladas.
Entre os países, a ABPA também destacou o desempenho de Arábia Saudita, China e Emirados Árabes Unidos. Os três países estão entre os cinco maiores importadores da carne de frango.
Na comparação com setembro do ano passado, as exportações para a Arábia Saudita, maior cliente do Brasil, cresceram 10%, para 63,2 mil toneladas. As vendas para a China aumentaram 33%, chegando a 26,8 mil toneladas. Enquanto isso, as exportações para os Emirados Árabes Unidos cresceram 7%, somando 23,7 mil toneladas.
Em contrapartida, as exportações para Hong Kong e Angola caíram. Em setembro, os embarques da carne de frango brasileira paras a cidade-Estado chinesa caíram 26%, para 19,4 mil toneladas. Ao longo de 2015, as vendas para Hong Kong vem recuando em meio a maior fiscalização da China contra a triangulação de carnes.
Café com Produção - Vanessa Alves
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) autorizou as exportações de material genético avícola produzido no Brasil. Segundo o Ministério da Agricultura, o embarque de pintos de um dia e ovos férteis de galinha, perus, patas, gansas e avestruzes está autorizado a partir do mês de setembro de 2015 para o mercado da Rússia. Em Mato Grosso, a produção de aves está em alta, somente entre janeiro e junho deste, o Estado já contabilizou mais de 118 milhões de abates de cabeça de frango.
A autorização veio por meio de nota da ABPA, e a confirmação foi dada pelo Ministério da Agricultura. Para o presidente executivo da ABPA Francisco Turra, a abertura mostra reconhecimento à capacidade brasileira de atender às mais diversas exigências sanitárias, no momento em que diversos grandes produtores são afetados com focos de enfermidades graves, como os Estados Unidos, que enfrentam um surto de gripe aviária que já provocou a morte de milhões de aves e prejuízos bilionários à indústria local.
Para ele, há uma nova perspectiva para o setor avícola brasileiro para intensificar seus negócios como o Leste europeu. Um segmento de altíssimo valor agregado, sobre o qual as exigências sanitárias são as mais elevadas.
Produção regional
Mesmo com as aberturas de novos mercados internacionais para o setor da avicultura, o rendimento em Mato Grosso tem queda. Os abates subiram cerca de 8% no primeiro semestre de 2015, porém, o rendimento está baixo do esperado para os produtores.
De acordo com a Associação Mato-grossense dos Avicultores Integrados (Amavi), as projeções de ganhos da porteira para dentro na avicultura apresentam retração de 2,61%. Para a Amavi, uns dos maiores ‘vilões’ para a produção das aves é a energia elétrica.
Fonte: Assessora CRMV-RS
Diante da confirmação de dois novos casos de mormo no Rio Grande do Sul, o Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS, como órgão de orientação e fiscalização profissional, recomenda atenção redobrada aos veterinários que atendem propriedades e criatórios de equinos e também aos responsáveis técnicos de eventos equestres. “É preciso ficar atento aos sintomas. Mesmo com sinais semelhantes aos de outras enfermidades é fundamental comunicar suspeitas ao serviço oficial”, afirma o presidente do CRMV-RS, Rodrigo Lorenzoni.
Segundo o presidente, as autoridades estão tomando as medidas de precaução e isolamento de áreas com suspeita, mas em se tratando de saúde pública, a responsabilidade é de todos. “Os criadores e proprietários precisam pensar no seu patrimônio e na saúde do plantel e da população”, garante. Como zoonose, a doença pode ser transmitida aos seres humanos mas em casos muito específicos ou com contato direto nas secreções do animal. A bactéria que provoca o mormo é pouco resistente fora do organismo do cavalo, mas a higiene e o cuidado na lida com os animais é fundamental para prevenir. “A palavra do momento é prudência”, avisa Rodrigo Lorenzoni.
Conforme nota divulgada recentemente pela Comissão de Saúde Pública do CRMV-RS, o mormo é uma doença infecciosa e os principais sintomas começam por corrimento viscoso nas narinas, presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, nos gânglios linfáticos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre, fraqueza, secreção amarelada, que pode se tornar sanguinolenta, e dispneia. Não tem tratamento e o animal deve ser sacrificado.
Os preços dos alimentos básicos registraram em agosto a maior queda em sete anos e alguns estão no menor nível desde 2009, consequência principalmente do excesso de oferta mundial e da menor demanda chinesa, anunciou nesta quinta-feira a FAO.
A queda afeta produtos como leite, óleos vegetais, açúcar e cereais, que perderam 15% do valor em um ano, segundo o índice mensal de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
O índice, calculado sobre uma cesta básica de alimentos, registrou média de 155,7 pontos em agosto, 5,2% a menos que em julho, na maior queda mensal desde dezembro de 2008.
"O mais espetacular é esta queda básica de preços em agosto", disse à AFP o economista chefe da FAO, Abdolreza Abassian.
O índice de preços dos cereais recuou 7% na comparação com julho, enquanto os óleos vegetais registraram queda de 8,6%. A cotação destes dois grupos de produtos está no menor nível desde março de 2009.
Também registrou queda o índice de preço dos laticínios (-9,1%), "devido basicamente à queda dos preços do leite em pó, queijos e manteiga, atribuída à menor demanda de importações da China, do Oriente Médio e da África do Norte", explica a FAO em um comunicado.
O preço do açúcar teve queda de 10% entre julho e agosto.
A FAO prevê uma produção mundial de cereais de 2,540 bilhões de toneladas em 2015. A estimativa é 13,8 milhões de toneladas maior que a anunciada em julho, mas continua inferior, em 21 milhões de toneladas, a de 2014.
O aumento da estimativa foi motivado pelas "melhores perspectivas de produção os cereais secundários, trigo e arroz", indica a agência da ONU.
FONTE: France Press
As exportações brasileiras de carne suína in natura renderam US$ 742,1 milhões nos primeiros oito meses de 2015, queda de 15,4%, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A despeito da queda da receita em dólar, a ABPA destacou o impacto positivo da desvalorização do real sobre o dólar. Considerando a receita em reais, as exportações de carne suína in natura somaram R$ 2,3 bilhões entre no período, incremento de 16%.
Em volume, também há crescimento, enfatizou a ABPA. Segundo a entidade, as vendas externas de carne suína in natura são impulsionadas pela Rússia e pelos países da Ásia. Entre janeiro e agosto, os embarques da carne suína brasileira ao exterior totalizam 284,5 mil toneladas, aumento de 7,8% ante igual período do ano passado.
“A Rússia foi a protagonista deste resultado. Além dela, países que antes apresentavam compras tímidas começaram, aos poucos, a incrementar suas importações, como é o caso da China”, disse o presidente-executivo da ABPA, o ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, em nota à imprensa. Na avaliação da ABPA, o ritmo de exportações de carne suína deve se manter positivo ao londo deste semestre.
FONTE: Avisite
A produção de leite no Estado vem melhorando muito nos últimos anos, passando de 250 para 400 litros diários. Isso está ocorrendo devido à melhora da alimentação do gado. Essas expectativas estão ocorrendo em um Sitio localizado na comunidade de Bugres, perto da cidade de Figueirópolis D’Oeste (393 km de Cuiabá) de propriedade de Dejair Aparecido Garcia e família.
Técnicos da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) tivera visitando a propriedade para avaliar a produção leiteira e notaram as mudanças positivas. O sitio é uma Unidade Didática de Sustentação Econômica (UDSE), implantada pela Empaer através do programa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que tem o objetivo de transformar em atividade econômica rentável para a família rural.
De acordo com os técnicos, o aumento na produção do leite são as pastagens utilizadas para alimentar o gado. Na propriedade tem três tipos de capim: a Mombaca, Tifton e Braquiaria CV Marandú no sistema de piquetes. Também outras técnicas usadas que vem dando resultado é a separação de vacas por categoria e por produção ara cada piquete: primiparas (primeira cria), vacas de 12 a 14 litros de leite, vacas de 14 a 20 litros e as vacas acima de 20 litros, as mojando (perto de parir) e as vacas de final de lactação. Os bezerros também são separados por idade.
O proprietário Dejair Garcia do sitio utiliza várias outras tecnologias, entre elas a programação de cio, com Inseminação Artificial por Tempo Fixo (IATF) e a silagem de milho e sorgo.
“Como eu tenho uma área pequena, tento aproveitar, dentro das possibilidades, o máximo dela, mas sempre levando em conta a questão da preservação. Toda nossa Área de Preservação Permanente (APP) está devidamente legalizada com a outorga do uso da água e o Cadastro Ambiental Rural (CAR) junto à Sema”, explicou Dejair Garcia.
A produção feita no Sitio Santa Maria são vendidas a uma cooperativa de Araputanga (345 km de Cuiabá). “A alternativa do produtor é investir em produção. É com menos vacas, em uma área pequena, produzir mais leite”, ressaltou o técnico da Empaer, Agatangelo de Souza.
A inseminação no gado é uma das técnicas também utilizadas pela maioria do produtores da região de Figuierópolis D’Oeste, cerca de 70% usam essa forma.